Pular para o conteúdo principal

Postagens

Mostrando postagens de fevereiro, 2021

3 Anos de Caderno do Escritor - 100° Texto!

 Já se passaram 3 anos de Caderno do Escritor! Mal consigo acreditar nisso enquanto escrevo, mas é a mais pura verdade! Desde o primeiro texto publicado, em abril de 2018, muita coisa mudou por aqui (aliás, foram 100 textos de lá pra cá!), e não queria deixar isso passar em branco. Eu não sou uma pessoa que costuma fazer isso... inclusive os dois primeiros aniversários do blog passaram sem nenhuma menção a eles, mas sabe como é, muito tempo se passou e tudo aqui parece ter mudado (diabos, é difícil até de reconhecer o eu de 2018!). E o que vai ser essa publicação, pergunto a mim mesmo junto com vocês, caros leitores... e a verdade é que não sei. Uma homenagem? Uma retrospectiva? Eu passando vergonha com textos antigos? Vamos descobrir juntos, que tal? Por onde começar? Que tal voltarmos para o dia 17 de abril, quando tudo começou? O design original do site era bem mais colorido e chamativo, com um esquema de cores usando laranja e um azul bem claro, que eu pensava dar um ar sereno a qu

Em defesa de Skyward Sword

 Não é todo dia que sua franquia favorita faz 35 anos. E não por acaso aproveito essa data para falar ainda mais sobre The Legend of Zelda, que particularmente sempre me dá assunto para falar (dá uma olhada neles aqui ,  aqui e aqui também). Então hoje tive a súbita vontade de falar sobre Skyward Sword, último jogo da série antes de Breath of The Wild, lançado há dez anos atrás no Nintendo Wii. Tá, talvez não seja uma vontade tão súbita assim, afinal a Nintendo anunciou uma versão em HD para o Switch, que foi recebido de uma forma bem pouco amigável online. Aparentemente, o título é visto como um dos piores da saga, e amplamente criticado pelo público geral. Nesse sentido, quis abrir um pouco meu coração para falar do jogo que me introduziu a essa tão maravilhosa série. Skyward Sword é um jogo extremamente simbólico. Simbólico por ser a culminação de 25 anos de Zelda, simbólico por sua ousadia nos aspectos de controle e simbólico por seu impacto. Mas vamos por parte. Para a grande ma

É assim que se perde a Guerra do Tempo

É difícil começar esse texto. Difícil, não apenas pelo misto de emoções que sinto agora, tentando expressar em palavras o que palavras do livro causaram em mim, mas difícil também por medo, medo de não fazer justiça a elas. O princípio, de toda forma, é um bom ponto de início - não ideal, porém bom o suficiente. Red é uma agente, que surge em meio a um mar de corpos e sangue para encontrar uma carta inofensiva, limpa, bem cuidada, uma fagulha em meio a uma guerra etérea. Em sua superfície, apenas um delicado aviso: "Queime antes de ler." Então, pela massa grudenta de papel queimado e solo manchado pelo sangue, uma mensagem surge de uma rival, ou admiradora, desconhecida conhecida: Blue, iniciando, assim, uma sequência de encontros e desencontros no tempo, de implicâncias delicadas e flertes famintos, desencadeando em um romance muito maior que qualquer conflito eterno. Mas adianto-me. E tempo não falta para mergulhar na profundidade de "É assim que se perde a Guerra do T

Episódio 08 - Persona 5, justiça pelo Sentido

  Faltando poucos dias para o lançamento de Persona 5 Strikers, discuto alguns pontos apresentados na narrativa e fórmula do jogo original, tomando como base o texto "Sentido e Referência", de Frege, para analisá-lo. Vídeo de Lucas Barreto Teixeira

Cidade Invisível - Folclorização e Epistemicídio

 Quando foi anunciada, há cerca de um mês, tive minhas dúvidas quanto à série "Cidade Invisível". Um romance policial clássico, tendo como protagonista um oficial da Delegacia de Proteção ao Meio-Ambiente do Rio de Janeiro, que investiga a disputa de terra entre uma empresa e os cidadãos pacatos da Vila Toré... mas com um elemento a mais, que a diferencia das demais séries: a utilização de elementos e personagens do "folclore" brasileiro. E é nessa questão que as principais discussões quanto à produção se deram, questionando o que tal liberdade criativa significa em um contexto sociocultural. Então, mais intrigado pelos debates do que pela premissa em si da série, rendi-me a ela. Não há nada de novo em Cidade Invisível. E não digo isso necessariamente como uma crítica. Eric (Marco Pigossi) é o policial clássico, amargurado pela perda da esposa e se vendo obrigado a restabelecer um vínculo emocional com a filha, em cenas clichês de sentimentos desestabilizados por tr

Junji Ito e a maestria do horror

 São muitas as formas pelas quais artistas buscaram representar o medo. Desde entidades religiosas até figuras de fábulas, o imaginário popular sempre foi tomado pelo horror. De acordo, todas essas relações são criadas a partir de um senso natural de autopreservação, estabelecendo parâmetros para a interação segura do indivíduo com o ambiente ao seu redor. Em todo o caso, com o passar do tempo, o temor se transformou em verdadeiro fascínio, gerando, cada vez mais, formas de se expressar e comunicar tão primitivo instinto. Da extensa lista de autores que abordam tal tópico, no entanto, Junji Ito é um dos mais fascinantes. O medo pode se mostrar de muitas formas. Com uma mera transmissão de rádio, Orson Wells apavorou milhares tendo como base o texto base de "A Guerra dos Mundos", de H. G. Wells, assim como Stanley Kubrick, apenas com jogos de câmera e sons, encontrou em "O Iluminado" uma fórmula para se despertar temor no público. No entanto, despertar tais sentiment