As manhãs nascem quentes na Bahia. A noite, com seu véu estendido, dona de seus filhos, é abruptamente expulsa pela claridade radiante. Apesar da origem carioca, ainda sim senti o calor tropical e afrodisíaco tomando suas proporções enquanto penetrava na privacidade do meu leito. Era uma sexta-feira, meu penúltimo dia em Porto Seguro, e estava abarrotado de trabalho. As férias estavam sendo invadidas pelas minhas obrigações e amores literários, mas podia tirar aquela manhã para descansar. Na mochila, guardei uma canga, um livro e a esperança de um bom dia. Saindo do hotel, logo vi a contida multidão de turistas se dirigindo para a praia. Driblei a massa de corpos, ganhei a areia e caminhei pela costa, molhando minhas pernas nas águas macias de Iemanjá. Sabia, de outras idas àquela praia nos dias anteriores, que poderia caminhar até uma laguna, onde água doce e salgada se encontravam, conferindo àquela parte em especial uma temperatura agradável aos banhistas ali presentes. Confor...
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