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Tudo sobre a Bienal Internacional do Livro de 2018

Durante o dia 3 até o dia 12 de agosto, ocorreu, na cidade de São Paulo, a Bienal Internacional do Livro de 2018. Apesar de já ter participado diversas vezes do evento do Rio de Janeiro, nesse ano tive a oportunidade de comparecer como escritor, além de, evidentemente, leitor. Publicando o meu primeiro livro, "Lágrimas de Sangue e outros contos", pela editora Scortecci, tive o prestígio de não somente conhecer uma miríade de incríveis escritores como também de formar novos leitores de meus textos.


Com o "Caderno do Escritor", consegui fazer por fim aquilo que amo: escrever sobre literatura e divulgar minhas ideias. Lançar um livro, portanto, está sendo o segundo passo nessa jornada longa e árdua de viver como autor, especialmente dificultada com a situação atual do mercado editorial no país. Em todo caso, escrevo agora este singelo (e simbólico) texto como uma forma de não apenas informar sobre os principais lançamentos nacionais que eu tive a oportunidade de prestigiar, como também de celebrar a literatura brasileira ao escrever sobre escritores iniciantes e experientes que tive o prazer imenso de conhecer. Inicialmente, darei espaço a alguns lançamentos da própria editora Scortecci.

Lucas Barreto Teixeira, Merari Tavares e Ana Costa (da direita para a esquerda).
Merari Tavares é uma escritora paulista que lançou a segunda edição de "30 minutos com um estranho". A novela fala sobre uma jovem que, após ter cruzado com um desconhecido na rua, vê toda a sua vida sendo destruída por conta do egoísmo do estranho. Servindo como um alerta aos jovens e às suas decisões, valoriza o papel da família e o valor do perdão e da reconciliação.
Ana Costa esteve na feira para o lançamento de "Razão para ser Louca", uma coletânea de crônicas e reflexões sobre sua vida. Ana ganhara prêmios com sua autobiografia "Volta - se houver motivo para voltar", em que retrata sua vida após ter sofrido um episódio de AVC. Com um humor voraz e indiscreto, a autora não mostra medo de enfrentar as provações mais difíceis desde então.

Sidney Nicéas, do programa "Tesão Literária", em que entrevista escritores com perguntas profundas e extremamente relevantes.
 Sidney é um escritor de Recife, que além de apresentar o programa "Tesão Literária", lançou durante a bienal o livro "Noite em Clara". O romance fala sobre a violência urbana, física e psicológica ao redor da mulher, dando voz a personagens marginalizados e esquecidos pela sociedade. Com uma visão crítica e atenta aos problemas sociais, a narrativa se apresenta como um campo rico para discussões e reflexões.

Da editora Scortecci, passo agora para, respectivamente, a editora Astral, Qualis, Rocco e, por fim, Companhia das Letras. Desde já me desculpo pelos inúmeros lançamentos e escritores que deixarei de falar durante o texto. No entanto, optei por sintetizar ao máximo o conteúdo desta matéria, a fim de não torná-la desgastante ou muito longa. Adiante;

Ao meu lado, Maurício Gomyde, autor de "Surpreendente!" e "A Máquina de Contar Histórias". 
Com o lançamento do livro "Todo o tempo do Mundo", o autor celebrou a discussão filosófica ao redor da felicidade, utilizando-se de elementos românticos e fantásticos. O romance, inclusive, já teve uma análise há dois dias atrás, que pode ser acessada aqui.

Com Tammy Luciano, segurando seu romance "Escândalo".
A atriz e autora Tammy Luciano esteve presente para lançar o livro "Amo Tanto, Não Sei quanto", em que aborda a discriminação étnica na perspectiva da protagonista "Febe Estrela", com o objetivo de adotar uma perspectiva social e inclusiva entre os leitores infanto-juvenis. Um prato cheio de debates e reflexões sobre as lutas sociais .

Ao lado de Chris Melo, autora de "Sob um milhão de estrelas" e outros cinco romances".
Chris Melo esteve na Bienal para o lançamento do romance "Uma Noite e a Vida". Nele, a fotógrafa Virgínia protagoniza uma narrativa estruturada a partir do encontro com Caio, um estudante de publicidade, quando se apaixonam logo à primeira vista. Influenciada pelo fluxo de ideias de Clarice Lispector, a autora mistura literatura clássica com cultura popular, retratando não apenas as inseguranças e a mentalidade da juventude moderna como também o abuso em relacionamentos, a pressão familiar e a importância do tempo presente.

Geovani Martins, o autor de "O Sol na Cabeça", também esteve na Bienal.
Por último, mas não menos importante, escrevo rapidamente sobre a satisfação pessoal de conhecer Geovani Martins. Com seu livro de contos, o autor retrata a realidade e o preconceito ao redor da discriminação social na cidade do Rio de Janeiro. Acesse a análise do livro aqui.

Já no rodapé desta publicação, quando memórias se misturam com saudade e gratidão, aproveito para convidar a todos os leitores de conhecer a obra desses e de inúmeros outros autores que enriquecem a cultura nacional com a voracidade existente apenas nos mais profundos dos escritores. Não nos deixemos esquecer o valor e a relevância de nossa literatura no cenário mundial jamais. Após essa incrível experiência onde obtive tanto aprendizado, vejo cada vez mais o quão belo e gratificante é esse ofício. E, agora, resta apenas esperar as próximas vezes em que seja possível celebrar nossa literatura.

Texto de Lucas Barreto Teixeira


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