24 de dezembro
Então é natal. Ao menos, será daqui a alguns minutos. Por isso, vou me apressar para escrever sobre hoje.
Quando cheguei na loja hoje, não me deixaram entrar lá. O chefe ficou me encarando como se nem me conhecesse. E quando ameacei de entrar à força, chamaram seguranças.
Fiquei abalado. Não sabia bem o que fazer. Ou o que sentir. Ainda não sei, na verdade. É aterrorizante ficar sem trabalho. Ele meio que dá um propósito, saca? Mas sempre que fico desempregado me sinto livre, sem saber ao certo como será o dia de amanhã. E isso é... não sei se existe uma palavra certa para isso. Sabe quando você sente essa luz, dentro do seu peito que, ao mesmo tempo que tira seu ar de tanto sufoco, te dá horizonte de novos caminhos?
Estava feliz, na verdade. Então liguei para Lívia, minha nova mina. Perguntei se queria passar o natal comigo. Ela perguntou para onde iríamos. Eu disse para ela confiar em mim.
Oh! Já são quase meia-noite. Aqui na casa do Douglão o tempo passa rápido. Lívia e a esposa de Douglão já me pediram para acompanhar a reza da ceia.
Não sei o que me agrada mais em Lívia. Se é seu sorriso, seus olhos, seus cabelos...
O vacilão que deixou ela é um otário. Deve estar até agora se descabelando. Melhor para mim.
Engraçado, sinto dificuldade em largar a caneta para ir ceiar. Acho que escrever me faz melhor do que esses trabalhos como lojistas.
Talvez eu possa virar poeta...
Depois do Natal escrevo um romance.
Palavra de poeta!
FIM.
Texto de Lucas Barreto Teixeira
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